– Com certeza esqueceu de tomar o remédio – simplifica alguém de fora.
Seria tão bom se tudo se resolvesse com a simples correção de um esquecimento...
Mas a dor de quem acorda de um ataque epiléptico vai além do esquecimento, vai além da dor física, vai além do constrangimento. A dor maior é reconhecer a carga emocional que extrapolou o limite da medicação. O limite da medicação é a limitação do seu passo.
Os poemas deste livro estão relacionados com o reconhecimento da causa, não só do problema citado, mas de todos os problemas que acarretam interrupções transitórias na vida de uma pessoa.
Esse reconhecimento determina a essência desta obra, pois acontece depois que a vida foi interrompida e, além de despertar todos os sentimentos realçados nos poemas, se estende à adaptação de uma nova realidade e à mudança de vários conceitos sobre a vida.
Felizmente a vida não se resume às fases de interrupção, a vida compreende todos os momentos. O juízo de felicidade pode ser mudado a todo instante e todos os momentos cabem na poesia.
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